segunda-feira, 12 de julho de 2010

Seu filho não quer comer?

A cena é conhecida por nove entre dez mães: depois de horas no fogão, preparando a refeição perfeita para o filhote, ele simplesmente se nega a experimentar.

Você faz aviãozinho, monta uma carinha engraçada no prato, usa toda a sua lábia, inventa histórias, promete mundos e fundos se ele provar... mas aquele bebê tão fofinho se revela um monstrinho teimoso, que não tira a mão da frente da boca.

Se forçar, pior ainda: ele cospe tudo, faz que vai vomitar e ainda abre o berreiro. Resultado: você troca o jantar por um iogurte, fica frustrada e o pequeno ainda se alimenta mal. E agora?

Para começo de conversa, saiba que negar comida é um comportamento perfeitamente normal entre as crianças. A falta de apetite pode ocorrer por diferentes motivos, até mesmo chamar sua atenção, porque o pequeno logo percebe a importância que os pais dão à refeição.

O que não é normal é isso virar hábito, colocando em risco a saúde do seu filho e transformando cada refeição num tormento. Se é o seu caso, vá ao pediatra, porque só um longo tratamento de reeducação pode transformar esse comportamento.

Se a negação acontece só de vez em quando, ou se você tem a sorte de não ter passado por isso ainda, tanto melhor, porque está em tempo de prevenir. Ensinadas desde bem pequenas, as crianças podem aprender a gostar de qualquer tipo de alimento.

Como mudar um hábito é sempre muito difícil, é essencial passar aos pequenos costumes saudáveis desde cedo. Para ajudá-la, vai algumas dicas simples e eficazes para ensinar o pimpolho a comer bem e com prazer.

Até os seis meses, seu filho não precisa de nada além do leite materno

Nesse período de vida, oferecer só leite materno é mais do que suficiente, pois ele supre todas as necessidades do bebê e ainda protege contra doenças, evita diarréia, fortalece a musculatura do rosto e previne problemas de fala. Assim, a oferta de chás e água é desnecessária e ainda pode prejudicar a sucção do bebê.

Seja um bom exemplo

Quando nasce, a criança tem nas papilas gustativas, localizadas na língua, a determinação genética das preferências e aversões alimentares que terá ao longo da vida. Entretanto, a influência do ambiente em que ela vive, o exemplo dos pais e as experiências positivas ou negativas podem ser mais fortes que a genética.

Ou seja, talvez sua filha naturalmente não se sinta atraída por carne vermelha, mas com o hábito em casa, pode aprender a gostar. Maus exemplos e preconceitos também são ensinados desse jeito.

Talvez ela seja uma fã de frutas por natureza, mas se você não tem o costume de comê-las e ainda faz cara feia quando lhe oferecem uma maçã, é provável que sua filha também adquira resistência a esses alimentos. Depois não adianta exigir que a criança goste de pratos que os próprios pais não comem.

Não insista demais

Mãe sempre acha que o filho está comendo pouco e acaba forçando o pequeno a comer mais do que ele precisa ou agüenta. A oferta de um volume de alimentos maior do que a capacidade gástrica da criança diminui o prazer de comer do bebê e aumenta a ansiedade dos pais.

Não tente bancar a chef de cozinha testando várias misturas

Prefira os alimentos básicos e introduza-os um a um na alimentação do bebê, gradativamente. É no primeiro ano de vida que a criança conhece novos sabores e aprende sobre as texturas dos alimentos, e cabe a você apresentá-los ao pequeno e identificar uma possível intolerância ou alergia. Ofereça uma fruta, um legume ou uma verdura de cada vez, na forma de papa ou purê, amassado com o garfo, nunca liquidificado.

Aposente de vez o aviãozinho.

Inventar técnicas para fazer o filho abocanhar a comida, como distrair com um brinquedo ou com a televisão ligada e camuflar o alimento não educam para o prazer de se comer bem. Podem até funcionar na hora, mas perdem rápido seu efeito e você vai ter que exercitar muito a criatividade para criar tantas novas artimanhas. A hora de comer é hora só de comer, prestando atenção aos sabores, texturas, aromas, cores...
 
Substitua o alimento recusado por outro do mesmo grupo nutricional.

Você insiste no brócolis mas o bebê cospe tudo, abre o berreiro e provoca ânsia de vômito? Tente espinafre. Rejeita o feijão? Ofereça a lentilha. Insistir exageradamente em um alimento específico pode diminuir o prazer com o ato de comer, reforçando a falta de apetite , explica Teresa.

Também vale mudar o jeito de preparar. Ela não quis espinafre refogado? Ponha as folhas no suflê, na omelete, no sanduíche... Lançar mão de ervas e condimentos como pimenta, páprica e curry também pode ajudar muito. A idéia não é encobrir o gosto, mas deixá-lo mais interessante.
 
A criança deve comer primeiro com os olhos

Nada de gororobas misturadas. Ofereça as comidinhas em porções pequenas e coloridas, dispostas no prato em porções separadas e divertidas. De preferência, que ele possa comer sozinho, com as mãos até.

Deixe que ele descubra as cores, formas, texturas e faça combinações como quiser. Transformar o chato prato-feito em uma refeição lúdica aumenta as chances do pequeno experimentar novidades e aprender sobre o sabor de cada alimento.

Assim como o humor, o apetite pode variar de um dia para outro

Instabilidade alimentar é normal. Comeu pouco hoje? Compense os nutrientes no dia seguinte. Mas é bom deixar claro: compensar em qualidade, não em quantidade!

Não tenha medo de impor limites

Já foi comprovado que a criança nasce com preferência para o sabor doce e resistência ao amargo. Por isso, é normal preferir chocolate a espinafre. O problema está em deixar de ingerir o alimento saudável e abusar da guloseima.

Até um ano de idade, seu bebê possui um estômago mais sensível, que pode ser irritado pelas substâncias presentes nas porcarias, como enlatados e refrigerantes. Isso compromete a digestão e a absorção nos nutrientes. Resista às birras e estabeleça limites, seguindo horários fixos para fazer as refeições e insistindo em uma alimentação nutritiva.

Use a regra do três

Se seu filho está na fase de contrariar, é bem capaz que diga não só por esporte. Drible as negações propondo um trato. Ele terá que provar cada alimento três vezes para ter certeza de que não gosta. São três garfadas: a primeira para descobrir que gosto tem, a segunda para saber se é bom ou ruim, e a terceira para ter certeza.

Você vai se surpreender ao ver como a terceira garfada faz crianças mudarem de opinião! Se ele realmente não gostar, cumpra a sua parte no trato e deixe a comida de lado ao menos por essa refeição.

Alimento não é recompensa e muito menos castigo

Nada de se comer a salada pode comer a sobremesa ou vai ficar sem ver TV se não raspar o prato. Também não invente de fazer o jogo dele, em chantagens do tipo se comer tudo, a mamãe vai ficar feliz e você vai ganhar uma surpresa . A comida não deve ser vinculada a sentimentos nem prêmios.

Dentro do nível de entendimento da criança, ensine por que é realmente importante comer determinados alimentos: a cenoura é boa para a pele e os olhos, o macarrão e o arroz dão energia e o feijão deixa forte...

Não ceda à chantagem da greve de fome

Ele não quer comer o jantar balanceado e insiste em tomar sorvete. Para não deixar o pequeno de barriga vazia, você topa a chantagem e deixa ele se lambuzar à vontade, depois de prometer que vai comer direitinho na próxima refeição.
 
Sabe o que vai acontecer?

No dia seguinte, seu espertíssimo filhote vai recorrer à mesma tática, se negando a comer o que é certo, em troca dos seus alimentos preferidos. Não caia nessa.

Se ele não quer comer o jantar nem nenhuma das alternativas saudáveis que você ofereceu, deixe ele ir para a cama de barriga vazia. Fome só de sorvete (ou chocolate, ou bolacha, ou pão...) não existe.

Não deixe os lanchinhos melarem a disciplina

Na hora do almoço ele não quis comer nada, mas uma hora depois estava pedindo pelo lanche e se entupiu de biscoitos. Não deixe! Seja firme: se a criança disse que estava sem fome no almoço, vai ter que esperar até a hora certa do lanche e quando ela chegar, vai ter que se contentar com a quantidade correta, mesmo que a fome seja maior.

Continuou com vontade? Ensine a ela a guardar a barriga para o jantar. Depois de alguns dias, seu filhote vai perceber que não tem jogo e é melhor comer o almoço inteiro para não ficar com vontade depois.

O lanche da escola deve ser uma continuação da refeição em casa

A formação de um hábito alimentar saudável continua fora de casa. Para as crianças que fazem as refeições na escola, cabe aos pais conferir se o cardápio é variado, se é elaborado por um profissional e a forma como são apresentados os alimentos. Se o lanche é levado pronto de casa, é importante acompanhar o padrão da alimentação oferecida pela família.

Informe os avós sobre a alimentação adotada para o bebê

Antes de dizer que avô e avó estragam a criança, converse com eles sobre como seu filho está se alimentando. Se um diz que pode e o outro diz que não, o pequeno fica confuso e não sabe a quem deve obedecer. É importante estabelecer regras para que a criança não adquira hábitos negativos em relação à alimentação , diz Teresa.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Sal: o inimigo oculto

Você é uma daquelas pessoas que fazem questão de manter uma alimentação saudável, sem exageros de sal, rica em vegetais, toma só refrigerante diet/light/zero, escolhe sempre os melhores temperos quando vai ao supermercado, mas mesmo assim foi diagnosticada hipertensa, e o médico ainda lhe aconselhou a ter uma vida mais regrada. Aí, você pensa: Mas onde errei?

O problema é que há um inimigo oculto em quase tudo o que comemos nos dias de hoje: o sódio.

Ele está em praticamente todos os alimentos industrializados e é responsável por aquele saboroso gostinho salgado e pela conservação dos produtos, até mesmo os doces: conservas em geral, biscoitos recheados, embutidos (linguiça, mortadela, salsicha), macarrão instantâneo, temperos prontos, tabletes de caldos, refrigerantes e bebidas gaseificadas, iogurtes, pizzas, salgadinhos e batatas fritas de pacote, shoyo, açúcar refinado, adoçantes, extrato de tomate, farinha de rosca. A lista é enorme!

Somando o sódio desses alimentos ao sal (cloreto de sódio) do preparo das refeições e, em muitos casos, ao de adição — aquele do saleiro posto à mesa — o nosso consumo diário é maior do que o recomendado pelos médicos.

O excesso de sódio no organismo promove a retenção de líquidos, ocasionando o aumento de peso e daí à hipertensão e problemas cardíacos, hepáticos e renais, entre outros.

E os números do avanço da hipertensão no Brasil só crescem. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, a doença atinge hoje 30% da população, passando dos 50% na terceira idade e chegando aos 5% em crianças e adolescentes, além de ser responsável por 40% dos infartos, 80% dos acidentes vasculares cerebrais (AVC) e 25% dos casos de insuficiência renal.

Se você é hipertenso bastante cuidado! Se não é, todo cuidado é pouco.

Até mesmo aquela saladinha pode estar repleta do mineral; principalmente se nela tiver azeitona, milho, palmito, ervilha, tomate seco e outros produtos em conserva. O mais correto e saudável é optar sempre por alimentos naturais.

O problema é que com o ritmo intenso de vida do cotidiano das grandes cidades, as pessoas acabam reservando pouco tempo para cuidarem de si. E acabam optando pelo o que é mais rápido e prático em quase tudo, inclusive na hora de se alimentar ou preparar as refeições.

Em vez de tomate, cebola, alho e pimentão, tempero pronto, líquido ou em tablete; em vez de cenoura, pepino ou pimentão colhidos na horta, picles. É preciso tomar cuidado com tudo o que já vem com sal e pronto para o consumo.

Para diminuir a quantidade de sódio na comida, evite os alimentos industrializados, usar como tempero coentro, pimentão, tomate e limão, além de abolir o saleiro da mesa, pois a presença do pequeno frasco já representa um grande estímulo visual.

Outra questão é a falta de hábito do brasileiro de ler atentamente as informações contidas nos rótulos dos produtos. É lá que estão as principais informações sobre os ingredientes, valor calórico e outros componentes.

Fonte:Tribuna do Norte